Dizem que as compras começam todas as terças-feiras às quatro da matina e vão até próximo do meio dia. Quando cheguei, às sete da manhã, vi um casal de senhores comendo um prato de arroz, feijão e bife e, de quebra, tomando uma cervejinha. O leitor deve estar se perguntando que diabo de lugar é esse. Ora, onde mais poderia ser? Essa é a famosíssima Feira de Caruaru.
No passado era montada com barracas rústicas em rua de terra, hoje está mais moderna, com “barracas” de tijolo e portas de ferro dessas que sobem e descem. No entanto, o espírito da feira não mudou, é o lugar de comprar de tudo, roupa, comida, bacia, disco… A barraca da tapioca não vende a opção com queijo de qualho. Sem problema, a barraca do lado é do Senhor que vende o danado do queijo. Compra de um, passa pro outro, e “vualá”, tapioca com queijo de qualho “original”, direto da Feira de Caruaru.
Uma volta pelas vielas do local mostra que as coisas estão divididas em seções. Tem as partes das camisetas, dos chapéus de couro, calçados, utensílios para casa, ferragens, CDs (do genérico, claro), açougue, grãos, frutas, verduras e a lista vai embora. Até souvenirs tem, entre eles, os mais famosos são, como disse Luiz Gonzaga, os “Bunecos de [Mestre] Vitalino que são cunhicido inté no Sul”. Por essas e outras que a feira, que nasceu há mais de 200 anos, recebeu em 2006 o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
Como dizia o Rei do Baião: “De tudo que hai no mundo tem na Feira de Caruaru”.
Charlie Flesch
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