Nada nesse mundo, pelo menos não nesse planeta, se compara ao topo do Monte Roraima. A montanha é o mais alto de todos os Tepuys, montanhas de paredes verticais e topo plano, localizados na Venezuela, que compõem uma das formações mais antigas da Terra.
Para visitar, são seis dias de caminhada, sendo três e muita disposição necessários para chegar ao topo. O ataque final ao cume, a galgada final da parede, castiga bem as pernas e principalmente o joelho. Mas antes de desistir continue lendo e lembre-se que muitos turistas já tem cabelos bem brancos.
Lá em cima existe um mundo à parte. O “topo plano” é apenas forma de expressão pois existem vales e morros e é possível se perder por dias. Uma das atrações é a tríplice fronteira Brasil – Guyana – Venezuela, e, se você ficar lá uma semana, ainda terá o que visitar.
O Roraima está localizado no meio de La Gran Sabana, ambiente seco, semelhante ao nosso Cerrado. Mas os topos dos Tepuys têm clima úmido e a vida lá em cima é completamente diferente e isolada de todo o entorno. Cada topo é único, com suas próprias plantas e animais. A rocha negra abriga pouca diversidade de vida e a ausência quase completa de solo e nutrientes favoreceu o surgimento de diversas espécies de plantas carnívoras. Tanta umidade vem da névoa que recobre o topo durante quase todo o dia, quase todos os dias do ano. Foi daí, alguns dizem, que o escritor Conan Doyle se inspirou para escrever seu livro sobre dinossauros perdidos em um mundo amazônico distante.
Se tivesse que comparar a algum lugar, compararia a Marte. O Monte é o número um da lista de todos os lugares que já conheci.
Charlie Flesch
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